Quanto tempo demora, afinal, para aprender uma nova língua? Parem de perguntar, a resposta é mais simples do que imaginam.
Sempre que alguém quer aprender uma nova língua, como o sueco, a primeira pergunta é sempre: «Quanto tempo vou demorar a aprender?»
Todos queremos uma resposta exata, como «três meses» ou «um ano», como se fosse um exame com uma resposta certa. Mas a verdade é que a pergunta em si está errada.
É como perguntar: «Quanto tempo demora, afinal, a aprender a cozinhar?»
O que acham? Depende inteiramente do tipo de prato que querem fazer e do tipo de «cozinheiro» que são.
Hoje, não vamos falar de teorias linguísticas aborrecidas. Usaremos esta simples metáfora de «aprender a cozinhar» para vos fazer entender de uma vez por todas qual é a chave para dominar uma nova língua.
1. Qual é o vosso «prato caseiro»? (A vossa língua materna)
Se, desde pequenos, estão habituados à culinária chinesa, a saltear e a cozer a vapor, então aprender a fazer outro prato asiático (como a culinária tailandesa) pode ser relativamente fácil, pois muitas lógicas culinárias são semelhantes. Mas se vos pedirem para fazer uma sobremesa francesa diretamente, o desafio será muito maior.
Com as línguas é a mesma coisa. O sueco pertence à família das línguas germânicas e é «parente» do inglês e do alemão. Portanto, se a vossa língua materna for o inglês, verão que muitas palavras e regras gramaticais em sueco vos são familiares, como passar de «saltear legumes» para «saltear carne fatiada» – há um padrão a seguir.
Mas não se preocupem, mesmo que a vossa língua materna seja muito diferente do sueco, isso significa apenas que o vosso «sistema culinário» é completamente diferente e que precisam de começar do zero, não que não conseguirão fazer uma «grande refeição» deliciosa.
2. Já entraram na cozinha antes? (A vossa experiência de aprendizagem)
Uma pessoa que nunca entrou na cozinha pode nem sequer segurar bem uma faca ou controlar o lume corretamente. Já um cozinheiro experiente, mesmo diante de uma receita completamente nova, consegue rapidamente pôr mãos à obra, porque domina as «técnicas culinárias» essenciais.
Aprender línguas é a mesma coisa. Se já aprenderam qualquer outra língua estrangeira, já dominam a meta-competência de «como aprender». Sabem como memorizar vocabulário de forma mais eficiente, como entender diferentes estruturas gramaticais e como superar platôs. Já são «cozinheiros experientes» e, ao aprender uma nova língua, naturalmente conseguirão o dobro com metade do esforço.
3. Querem fazer «arroz chau-chau» ou um «Banquete Manchu-Han»? (Os vossos objetivos)
«Aprender a cozinhar» é um conceito muito vago. O vosso objetivo é fazer uma tigela de arroz chau-chau para vos encher a barriga, ou querem ser um chef com três estrelas Michelin, capaz de preparar um banquete Manchu-Han?
- Nível Arroz Chau-Chau (conversas de viagem): Só querem conseguir pedir comida, perguntar direções e comunicar de forma simples quando viajarem para a Suécia. Este objetivo, focado em vocabulário e frases de alta frequência, pode ser alcançado em poucos meses.
- Nível Prato Caseiro (comunicação diária): Esperam ter conversas diárias aprofundadas com amigos suecos e entender publicações nas redes sociais. Isto requer bases mais sólidas e pode precisar de cerca de um ano de esforço contínuo.
- Nível Chef (fluência e domínio): Querem ler livros suecos originais sem barreiras, entender notícias e até trabalhar na Suécia. Este é, sem dúvida, um desafio ao nível de um «Banquete Manchu-Han», que exige dedicação e paixão a longo prazo.
Portanto, parem de perguntar vagamente «quanto tempo vou demorar a aprender» e perguntem antes a vós mesmos: Qual é o «prato» que eu quero? Definir um objetivo claro e razoável é mais importante do que qualquer outra coisa.
4. Quanta «fome» têm? (A vossa motivação)
Por que querem aprender a cozinhar? É só para desenrascar, ou é porque têm uma verdadeira paixão pela culinária?
- Impulso passageiro: É como ter um desejo súbito de comer um lanche à noite – esta motivação vem rápido e vai rápido. Se for apenas um «entusiasmo de três minutos», é provável que rapidamente ponham a «receita» de lado.
- Desejo intenso: Se é para preparar um grande jantar de aniversário para alguém que amam, ou se aspiram a ser gourmets, este desejo sincero fará com que, mesmo depois de cortarem um dedo ou queimarem um tacho, ainda queiram voltar à cozinha.
A «fome» de aprender uma língua é a vossa motivação. É por causa de um amor sueco? É por uma oportunidade de emprego dos vossos sonhos? Ou é por puro amor pela cultura nórdica? Encontrem a razão que vos dá «fome», será o combustível mais poderoso para vos fazer continuar.
5. Estão a «ler o livro de receitas» ou a «cozinhar de verdade»? (O vosso ambiente linguístico)
Podem memorizar todos os livros de receitas do mundo, mas se nunca puserem as mãos na massa, nunca serão bons cozinheiros. Ao aprender uma língua, o maior receio é tornar-se um «teórico».
Muitos pensam que só se pode aprender sueco bem estando na Suécia. É como pensar que só se pode aprender culinária francesa indo para França. Mudar-se para o estrangeiro é, claro, útil, mas não é de todo a única forma.
A verdadeira chave é: Criaram para si uma «cozinha de imersão»?
Não precisam de se mudar realmente para a Suécia, mas precisam de começar a «usar» a língua. Leiam contos suecos, vejam filmes suecos, ouçam podcasts suecos. Mais importante ainda, precisam de encontrar alguém que «cozinhe» convosco — um verdadeiro sueco.
Isso pode ter sido difícil no passado, mas agora a tecnologia tornou a «cozinha global» acessível. Por exemplo, podem experimentar ferramentas como o Lingogram. Não é apenas uma aplicação de chat; a sua tradução por IA incorporada permite-vos conversar sem esforço com falantes nativos de todo o mundo. O chinês que falam pode ser imediatamente traduzido para sueco autêntico, e o sueco da outra pessoa pode instantaneamente tornar-se no chinês que vos é familiar.
É como ter um chef ao vosso lado a dar-vos instruções em tempo real, permitindo-vos começar imediatamente e aprender enquanto fazem. Deixam de estar isoladamente a «ler o livro de receitas» e, em vez disso, sentem o calor e o ritmo da língua em interações reais.
Portanto, voltando à pergunta original: «Quanto tempo demora, afinal, para aprender uma nova língua?»
A resposta é: Quando pararem de fazer esta pergunta e começarem a desfrutar do processo de «cozinhar» em si, já estarão no caminho mais rápido.
Parem de se preocupar com a distância até ao destino. Definam um «prato» que querem fazer para vós mesmos, encontrem a razão que vos dá «fome», e depois entrem corajosamente na «cozinha» para dar o vosso primeiro passo. Descobrirão que a alegria de criar e comunicar é muito mais maravilhosa do que simplesmente «aprender» uma língua.